quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Fragmentos do Diário de Anne Frank

Diário de Anne Frank - Fragmentos

FRAGMENTOS DO DIÁRIO DE ANNE FRANK

Anne Frank nasceu na Alemanha em 1929, e pertencia a uma família judia que se exilou na Holanda ao começarem as perseguições nazistas.
Com a idade de treze anos começou a escrever um diário, e, pouco tempo depois, ela e sua família tiveram que se esconder para evitar os campos de concentração.
Permaneceram escondidos desde 1942 até 1944, ano em que foram descobertos. Em 1945, morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen. Seu diário foi encontrado no esconderijo onde ficou durante dois anos.


20 de junho de 1942

Meu pai já tinha trinta e seis anos quando se casou com minha mãe, a qual tinha vinte e cinco. Minha irmã, Margot, nasceu em 1926, em Frankfurt am Main. E eu em 12 de junho de 1929. Sendo cem por cento judeus, emigramos para a Holanda em 1933, onde meu pai foi nomeado diretor da Travis N.V., firma associada à Kolen & Cia. de Amsterdã. O mesmo edifício albergava as sociedades das quais meu pai era acionista. Desde então, a vida não estava livre de emoções para nós, pois o restante de nossa família ainda encontrava-se defendendo das medidas hitleristas contra os judeus. À raiz das perseguições de 1938, meus dois tios maternos fugiram e chegaram sãos e salvos aos Estados Unidos. Minha avó, então de setenta e três anos, reuniu-se conosco. Depois de 1940, nossa boa época terminaria rapidamente diante de tudo: a guerra, a captura, e a invasão dos alemães, levando-nos à miséria. Disposição atrás de disposição contra os judeus. Os judeus eram obrigados a levar a estrela, a ceder suas bicicletas. Proibição dos judeus de subir num bonde, de dirigir um carro. Obrigação para os judeus de fazerem suas compras exclusivamente nos estabelecimentos marcados com o letreiro: “Comércio Judeu”, e, das 15:00 às 17:00 horas apenas. Proibição para os judeus de saírem depois das 8:00 da noite, nem sequer a seus jardins - ou ainda - de permanecer na casa de seus amigos. Proibição para os judeus de praticarem exercícios em qualquer esporte público: proibido o acesso à piscina, à quadra de tênis e de hóquei ou a outros lugares de treinamento. Proibição para os judeus de visitarem aos cristãos. Obrigação para os judeus de irem a escolas judias, e muitas outras restrições semelhantes.

8 de julho de 1942

Às 3:00 da tarde bateram à nossa porta. Eu não escutei porque estava lendo no terraço, preguiçosamente reclinada ao sol em uma cadeira de balanço. De repente, Margot surgiu na porta da cozinha visivelmente turbada:
- “Papai recebeu uma intimação da SS!” Cochichou. “Mamãe acaba de sair para buscar ao senhor Van Daan.” (Van Daan é um colega do papai, e nosso amigo.)
Eu estava aterrorizada. Todo mundo sabe o que significa uma intimação. Vi surgir na minha imaginação os campos de concentração e as celas solitárias. Deixaríamos papai partir para lá?
- “Naturalmente não se apresentará.” Disse Margot, enquanto que ambas esperávamos no quarto o regresso da mamãe.
- “Mamãe foi à casa dos Van Daan para ver se podemos morar a partir de amanhã em nosso esconderijo. Os Van Daan se esconderão lá conosco. Seremos sete.”
Em nosso dormitório, Margot me confessou que a intimação não era para o papai, mas para ela própria. Assustada de novo, comecei a chorar. “Margot tem dezesseis anos! Querem, pois, deixar que vão sozinhas as garotas de sua idade? Afortunadamente, como disse a mamãe: Não irá!”
9 de outubro de 1942
Hoje não tenho que dar a conhecer a não ser notícias deprimentes. Muitos de nossos amigos judeus são pouco a pouco embarcados pela Gestapo, a qual não anda com contemplações. São transportados em furgões de gado à Westebork, ao grande campo para judeus, em Dentre. Westebork deve ser um pesadelo. Centenas e centenas estão obrigados a se lavarem em um só quarto; e faltam banheiros. Dormem uns em cima dos outros, amontoados em qualquer canto. Homens, mulheres e crianças dormem juntos. Nem falemos dos costumes: muitas das mulheres e garotas estão grávidas. Impossível fugir. A maioria está marcada pela cabeça raspada, e outros, além do mais, por seu tipo judeu. Se isto ocorre na Holanda, como será nas regiões longínquas e bárbaras das que Westebork não é mais que o vestíbulo? Nós não ignoramos que essa pobre gente será massacrada. A rádio inglesa fala de câmaras de gás. Depois de tudo, talvez seja melhor morrer rapidamente. Isso me deixa doente.

19 de novembro de 1942

Poderíamos fechar os olhos ante toda esta miséria, mas pensamos nos que nos eram queridos, e, para os quais tememos o pior, sem poder socorrê-los. Em minha cama, bem coberta, sinto-me menos do que nada quando penso nas amigas que mais gostava, arrancadas de suas casas e metidas naquele inferno. Tenho medo só de pensar que aqueles que estavam tão próximos de mim se encontrem agora nas mãos dos carrascos mais cruéis do mundo, pelo simples fato de serem judeus.


13 de janeiro de 1943

O terror reina na cidade. Noite e dia, transportes incessantes dessa pobre gente, provida apenas de uma bolsa no ombro e de um pouco de dinheiro. Estes últimos bens lhes são tirados no trajeto, segundo dizem. As famílias são separadas, agrupando a homens, mulheres e crianças. As crianças ao voltarem da escola, já não encontram a seus pais. As mulheres ao voltarem do mercado encontram suas portas seladas e notam que suas famílias desapareceram. Também corresponde aos cristãos holandeses: seus filhos são enviados obrigatoriamente à Alemanha. Todo mundo tem medo. Centenas de aviões voam sobre a Holanda para bombardear, e deixam em ruínas as cidades alemãs. E a cada hora centenas de homens caem na Rússia e na África do Norte. Ninguém está seguro. O globo inteiro se encontra em guerra, e, ainda que os aliados vençam a guerra, todavia não se vê o final. Poderia seguir durante horas falando da miséria ocasionada pela guerra, mas isso me desalenta mais e mais. Não nos resta mais que suportar e esperar o término destas desgraças. Judeus e cristãos esperam; o mundo inteiro espera. E muitos esperam a morte.

Extrato dó diário de Anne Frank, em 10 de outubro de 1942: “Esta é uma foto minha, de como gostaria de me ver todo o tempo. Assim talvez teria todavia uma chance de ir a Hollywood. Porém, temo que normalmente me veja bem diferente.” Amsterdã, Holanda.

6 comentários:

  1. EU NÃO QUERIA MORAR NUM LUGAR ASIM COM TANTO
    SOFRIMENTO CHEIO DE VOLENCIA.SOU FELZ EM SER BRAZILEIRA.
    AMO OMEU BRAZIL
    MIRIAM

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    1. brasil brasil
      espero que nunca haja uma dessas do brasil

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    2. escreve certo assim
      brasil e com s

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    3. Isso é uma coisa muito importante
      Anne foi uma menina muito preciosa
      Anne fez seu diário por vários anos
      E infelizmente NAQUELA época não resistiu a guerra! Seu pai, único sobrevivente soube do seu diário, e com a ajuda de outras pessoas, publicou sua história de vida!
      Anne não viva, não soube que fez tanto sucesso assim! Hoje no colégio, falamos muito dela! Ela é excelente🎇

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  2. Parece que ela é muito otimista estou comovida com a sua historia

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  3. não perguntei ninguém perguntou ta falando sozinha

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